O Instituto Poíesis é um espaço criado para acolher projetos nas áreas de arte, filosofia e educação em suas mais amplas e possíveis interações, com o objetivo de vivenciar o processo criativo. O instituto privilegia o jardim como espaço primordial para a ocorrência da ação criadora. Jardim como lugar de impermanência, de cultivação e apreciação, de errância e magia, onde a fruição permite o restabelecimento do tempo real das coisas.

Este primeiro projeto, Filosofia no Jardim, foi desenvolvido para o atendimento individual de crianças, adolescentes, jovens e adultos interessados em conhecer o processo filosófico, com o objetivo de despertar e exercitar o potencial criativo e desenvolver um olhar crítico sobre a realidade das coisas. Para tanto o projeto propõe um diálogo a partir do jardim e da filosofia interagindo com várias linguagens como a poesia, jardinagem, literatura, música, culinária, tear, cerâmica, bordado, crochê, tricô, desenho, colagem e dobradura. Introduzindo o conceito de tempo, proporcionando experiências, acessando memórias e reunindo o indivíduo à natureza, fortalecendo suas escolhas e estimulando as habilidades práticas.

Além do Projeto Filosofia no Jardim, ofereceremos cursos de grego clássico, curso de latim clássico, palestras, grupos de estudos, encontros para discussões temáticas, exposições, dinâmicas de grupos, oficinas e saraus.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Memórias

Juntei coisas e já não sei
Fiz triagem de impressões
Imprimindo detalhes
Em cópias de desarrumar
Encontrei perdidos
E perdi achados
É fácil se perder
Quando se procura
Com voz de quem
Não sabe encontrar
Aos sussurros achei palavras
Que não diziam não, jamais
Murmuravam e desencontravam-se
Nos caminhos que não percorri
Por fim achei um nó atado
Nos meus achados
E não era daqueles
Que se desfazem facilmente
Eram de outra espécie
Então cataloguei e guardei
Em coisas que não sei mais       
Arrumar já não é do meu feitio
Sou como a caixa de baú no sótão
Esquecida e sem dono a recordar
Memórias dão asas a histórias
Que não acontecem jamais
Impossível recontar o que se foi
É um lapso a reconstrução
E hilário o esforço do entendimento
De um passado remoto
Arqueológico e submisso
Cisões ciscando em torno do ontem
Que nada dizem sobre o amanhã
Um estorvo as memórias...
Presas no inconsciente
São bem vindas
Assim indefesas
Incógnito desfaço-me
De tudo agora
Para não sofrer o desapego



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