O Instituto Poíesis é um espaço criado para acolher projetos nas áreas de arte, filosofia e educação em suas mais amplas e possíveis interações, com o objetivo de vivenciar o processo criativo. O instituto privilegia o jardim como espaço primordial para a ocorrência da ação criadora. Jardim como lugar de impermanência, de cultivação e apreciação, de errância e magia, onde a fruição permite o restabelecimento do tempo real das coisas.

Este primeiro projeto, Filosofia no Jardim, foi desenvolvido para o atendimento individual de crianças, adolescentes, jovens e adultos interessados em conhecer o processo filosófico, com o objetivo de despertar e exercitar o potencial criativo e desenvolver um olhar crítico sobre a realidade das coisas. Para tanto o projeto propõe um diálogo a partir do jardim e da filosofia interagindo com várias linguagens como a poesia, jardinagem, literatura, música, culinária, tear, cerâmica, bordado, crochê, tricô, desenho, colagem e dobradura. Introduzindo o conceito de tempo, proporcionando experiências, acessando memórias e reunindo o indivíduo à natureza, fortalecendo suas escolhas e estimulando as habilidades práticas.

Além do Projeto Filosofia no Jardim, ofereceremos cursos de grego clássico, curso de latim clássico, palestras, grupos de estudos, encontros para discussões temáticas, exposições, dinâmicas de grupos, oficinas e saraus.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pranto


Chorei pelo pai acabado
Em vida que não tem fim
De trabalho e gastar saúde
Amor e fim de não saber
Chorei por mim
Que errara e ouvira críticas
De não saber a perfeição
Não conhecer a tudo
Nem resolver tudo
A qualquer preço
Esgotada chorei pela dor
Que o frio trouxera devagar
E se alojara no corte vertical
Riscado nas costas
E no centro escuro a dor gemia
E não deixava acomodar
Chorei o amor sentido
E injustiçado por egoísmos
Tão banais, de não gratidão
Chorei pelo filho rebelde e distante
Que não se deixa acessar
Chorei pelo amor distante
Trabalho duro
Que não tem tempo para amar
Chorei a solidão e o desespero
De não ter com quem falar
Nada mudou!
Chorei pelo filho distante e doente
Que não posso cuidar
Chorei pela vida solitária que criei
E não me acostumo
Sou uma fêmea sem macho
Uma mulher sem casa
Uma mãe sem filho
Uma filha sem pais
Uma pessoa sem família
Uma cidadã sem pátria
Uma vã casca de não saber
Sou lúgubre e insensata
Ao me vencer sem armas
Não sei lutar com elas
Nem com mãos vazias
Sei ceder e perscrutar
A paz sonhada
Em dias de penumbra e frio




Um comentário:

  1. E tem pessoas que se acham sensíveis, mas criam situações que não se acham!
    Interessante seria se junto com a sensibilidade houvesse a solução e responsabilidade!

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